As pequenas e médias empresas (PMEs) representam a maior parte dos negócios em todo o mundo, mas quando se fala em internacionalização, muitas ainda não estão preparadas. Recursos limitados, estratégias improvisadas e falta de adaptação cultural tornam a expansão um desafio. Ao mesmo tempo, nunca houve tantas oportunidades para uma PME se projetar fora do seu país de origem. O caminho passa por três pilares: marketing, tecnologia e comunidade.
Segundo o relatório Digital 2025 da DataReportal, 85,5% da população brasileira já está conectada à internet, o que significa mais de 184 milhões de pessoas. Em Portugal, esse número chega a 89% da população (9,27 milhões de usuários), com 71,9% ativos em redes sociais. No Canadá, a taxa é de 97% da população, com 33 milhões de usuários de mídias sociais. Esses números revelam que não é mais sobre “estar online”, mas sobre ser relevante e construir presença de marca em escala internacional.
Marketing como base estratégica
Marketing internacional não pode ser improviso. Não basta traduzir uma campanha ou replicar uma ação feita no Brasil. É preciso entender o consumidor local, mapear sua jornada e posicionar a marca de forma coerente. Em Portugal, por exemplo, a língua comum ajuda, mas empresas brasileiras que não adaptam narrativa e identidade ao contexto cultural europeu perdem relevância rapidamente. No Canadá, onde a competição em tecnologia e educação é intensa, somente as marcas que constroem posicionamento claro conseguem conquistar nichos específicos.
Tecnologia como alavanca
Uma PME não precisa ter o orçamento de uma multinacional para competir. Ferramentas acessíveis de CRM, automação de marketing e dashboards permitem acompanhar dados em tempo real, segmentar públicos e ajustar campanhas com rapidez. No Canadá é comum encontrar empresas pequenas usando automação de marketing para disputar espaço com gigantes locais. Em Portugal, existem PMEs que implementaram dashboards e conseguiram identificar canais de maior impacto e otimizar investimentos em poucos meses. Portanto, a tecnologia se bem aplicada pode fazer a diferença.
Comunidade como ativo de marca
Construir uma comunidade de marca significa ir além da venda: é criar relacionamento, confiança e engajamento. No eixo Brasil-Portugal, comunidades podem nascer a partir da diáspora brasileira e se expandir para consumidores portugueses interessados em diversidade de produtos e serviços, e em paralelo, inovação. No eixo Brasil-Canadá, a pluralidade cultural abre espaço para narrativas que conectam diferentes públicos, desde imigrantes até nichos ligados a inovação tecnológica.
Aprendizados práticos
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Brasil-Portugal: a língua abre portas, mas só engaja quem adapta sua comunicação ao contexto europeu.
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Brasil-Canadá: diversidade cultural é oportunidade, mas exige segmentação refinada e uso intensivo de dados.
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Portugal-União Europeia: competir em escala regional exige cumprir padrões regulatórios e, ao mesmo tempo, se diferenciar pela autenticidade cultural.
A internacionalização de PMEs exige muito mais do que exportar produtos ou abrir escritórios em novos países. É preciso alinhar marketing estratégico, tecnologia aplicada e construção de comunidades. Empresas que conseguem unir esses três elementos deixam de ser apenas participantes no mercado internacional para se tornarem protagonistas em suas áreas de atuação.