O relacionamento entre Brasil e Portugal atingiu um novo patamar em 2025. Segundo o estudo Perfil de Comércio e Investimentos Portugal 2025, publicado pela ApexBrasil, o comércio bilateral chegou a US$ 4,7 bilhões em 2024, consolidando Portugal como um dos principais parceiros europeus do Brasil.
Durante o Web Summit Lisboa 2025, evento em que o consultor Bruno Santiago participou ativamente, ficou evidente que a conexão entre os dois países vai além de laços culturais e históricos: trata-se de um movimento estratégico para empresas que desejam competir em mercados internacionais.
5 principais produtos exportados pelo brasil para portugal
O Brasil registrou crescimento médio de 20,9% nas exportações para Portugal entre 2020 e 2024. Os destaques em 2024 foram:
- Óleos brutos de petróleo (65,4% do total exportado, US$ 2,27 bilhões)
- Óleos combustíveis derivados de petróleo (6,7%, US$ 234 milhões)
- Aeronaves e equipamentos aeroespaciais (3,8%, US$ 134 milhões)
- Produtos laminados de ferro e aço (3,4%, US$ 117 milhões)
- Soja (2,5%, US$ 87 milhões)
5 principais produtos importados pelo brasil de portugal
O fluxo comercial é dinâmico, e o Brasil também importa de Portugal produtos de alto valor agregado:
- Gorduras e óleos vegetais (principalmente azeite de oliva) – 37,3%, US$ 471 milhões
- Aeronaves e equipamentos – 15,1%, US$ 191 milhões
- Bebidas alcoólicas (vinhos, destilados) – 6,5%, US$ 81 milhões
- Filés e carnes de peixe – 6%, US$ 75 milhões
- Frutas e nozes frescas ou secas – 4,9%, US$ 62 milhões
Tecnologia como oportunidade estratégica
Além do comércio de bens, a tecnologia se destaca como ponte de internacionalização. O relatório da ApexBrasil aponta setores ligados a TICs, jogos eletrônicos (ABRAGAMES), software (SOFTEX) e aeroespacial como áreas com forte potencial de cooperação. Startups e PMEs brasileiras já estão encontrando em Portugal um caminho de entrada para toda a União Europeia, aproveitando hubs de inovação, ecossistemas digitais e a convergência regulatória do bloco.
Comunidade brasileira em portugal
Portugal abriga atualmente mais de 400 mil brasileiros residentes (INE Portugal, 2024), formando a maior comunidade estrangeira no país. Esse contingente não apenas influencia a demanda por produtos brasileiros (como alimentos e bebidas), mas também funciona como rede de apoio para empresas que desejam se estabelecer no país e na União Europeia.
Entidades parceiras para cooperação de negócios
Para transformar dados em ação, é essencial conectar-se a instituições que promovem networking, inteligência de mercado e apoio estratégico. Algumas referências importantes são:
- BCCC – Brazil-Canada Chamber of Commerce: https://www.brazilcanchamber.org
- CCBC – Câmara de Comércio Brasil-Canadá: https://ccbc.org.br
- Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB): https://www.ccilb.net
- ApexBrasil: https://www.apexbrasil.com.br
- Invest Lisboa: https://www.investlisboa.com
- StartUp Portugal: https://startupportugal.com
- AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal: https://www.portugalglobal.pt
Essas entidades funcionam como portas de entrada para conexões empresariais, programas de apoio e expansão internacional.
O panorama 2025 confirma que Brasil e Portugal estão em um momento estratégico de aproximação. Setores tradicionais como petróleo, alimentos e bebidas seguem relevantes, mas a tecnologia desponta como vetor de internacionalização para empresas brasileiras. A forte presença da comunidade brasileira, combinada ao suporte de entidades institucionais, cria um ecossistema fértil para PMEs que desejam explorar oportunidades no mercado europeu a partir de Portugal.
Apesar de todas as oportunidades mapeadas, muitas pequenas e médias empresas brasileiras ainda tratam a internacionalização como um processo emergencial, guiado por urgências pontuais e não por estratégia. Portugal é um trampolim para a União Europeia, mas poucas empresas estão de fato explorando programas de inovação, cooperação acadêmica e hubs tecnológicos disponíveis. O risco não está na falta de mercado, mas na falta de planejamento de médio e longo prazo. Quem conseguir alinhar produto, narrativa de marca e estratégia digital terá muito mais chances de se consolidar nesse cenário competitivo.